quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Soneto*de Amar

Amo-te muito e sem descanso e sempre
E mais que a tudo e que à realidade
E como um louco e com serenidade
Amo-te com a dor de um amor ausente
Amo-te agora e pela eternidade
Como um bom deus sempre presente
Amo-te aflito e amo-te contente
E sem passado e nome e sem idade
Amo-te como uma criança, puro e casto,
E com desejo e um amor devasso
E com saudade, e mais do que podia
Amo-te enfim como um castigo
Sem fim, errante e sem amigo
Te esperando pra me raiar o dia.

Gabriel Dinnebier
(Grande Gabriel!!! Um anjo que passeia em nossas vias)

Lindo Poema que li no ônibus - Não há como não sorrir!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Sobre Música:

Show do Paulinho Moska e Kevin Johansen
SANTANDER CULTURAL - Dia 16 de janeiro

O Paulinho chama o Santander de "Lugar de Misturas". Elogia o lindo lugar e agradece a presença de todos. É tão simples e carismática sua postura em palco que além de nos deixar atônitos nós é que ficamos agradecendo. Digo então com a mais pura convicção: Ouvir o Moska é zunir o momento. O show inicia com a canção Tudo Novo de Novo onde mescla o violão ao eletrônico e sua voz ao bom gosto, paixão e talento. Há uma sonoridade incrivelmente afinada em sua interpretação e mesmo com seu tímido jeito não precisa do apoio da platéia em nehum momento. Paulinho conta um pouco de como é ser contratado por uma multinacional há 13 anos. Diz que o trabalho possui um super ritmo onde há prazo para compor, gravar e inclusive fazer sucesso. O trabalho é duro mas imensamente compensador afirma, e ainda ganha-se um bom dinheiro. Fala da emoção de estar aqui em Porto Alegre e diz que a apresentação faz parte de uma grande cumplicidade. Refere-se a amizade e carinho que tem por todos. Canta então Encontros e Desencontros amarrando a platéia ao seu límpido som. O Moska dedica-se à carreira solo desde 92 e ao longo deste tempo tem feito muitos experimentos nas mais variadas formas musicais. Contou de um grande projeto de samba no Rio de Janeiro - Projeto Pixinguinha - em que fez parte e já sai arrasando tocando toda aquela miscigenação. É muito bom ouví-lo contando sua trajetória musical, suas influências e amizades. Por ser muito amigo de Jorge Drexler relata uma das vezes em que estavam na Argentina e o Jorge o apresentou a Kevin, outro excelente misturador de ritmos, que o surpreendeu com sua voz abençoada. Convida então o amigo a fazer parte do show e a partir daí, não há mais pés, ombros ou corações que fiquem parados. Eles brincam e desafiam os sons batucando, assoviando, mixando alegria, inglês, espanhol e muito talento. Paulinho deixa Kevin sozinho no palco interpretando Anoche soñé contigo, uma linda canção que nos convida a partilharmos do sonho com ele. As músicas, todas elas, sem exceção, invadem o peito da gente de forma tão querida que temos a impressão que tornar-se-ão nossas eternas inquilinas. Depois vieram Cheio de Vazio, e assistimos a um Kevin sensível e lúdico interpretando La Hamaca, No voy a ser yo e Ni idéa, sendo esta última composta em NY em uma manhã "rosa" como afirma-nos ele. E seguem brincando a salutar alegria de fazer boa música. Claro que não poderia faltar uma homenagem a cidade durante a apresentação, ambos interpretam maravilhosamente Luna sobre Porto Alegre seguida de Desde que te perdi, outra pérola. Teve também Pensando em você, canção que fez e ainda é imenso sucesso. Difícil é saber se alguma não fez. A qualidade das letras e a mistura sonora revelam o que já sabemos. Os caras são bons. E olha que não sou nenhuma crítica musical. Sou apenas uma simples apaixonada por "bons sons"e nisso os "guris" são mestres. Lá pelas tantas, enebriados que já estávamos com tanta música legal, eles matam a pau apresentando Trilhos Urbanos. Bom, aí já tinha cupidos saido pelo ladrão e dava até para ouvir o barulhinho das árvores dançando na praça da Alfândega. Eu ainda me atreveria a ficar pedindo toca Blanco y Negro, a Rosa, a Seta e o Alvo, e uma porção de outras músicas que me marcaram profundamente, mas sosseguei quando o Paulinho começou a cantar Lágrimas de Diamante, que é uma das minhas favoritas. Bem, eu não vim aqui para ficar revelando o que gosto e sim para contar a vocês um pouco do que foi a noite. O pessoal aplaudia tanto que era muito lindo de ouvir. É energéticamente contagiante. Talvez tenha esquecido de citar alguns sucessos que também passaram por ali, mas o fato é que ficaria ouvindo-os a noite inteira e o show já estava se encerrando. Eles agradeceram novamente e o público de pé começou a cantar e aplaudir incessantemente: Parou porquê, por que parou! Em meio ao chamado retorna a dupla ao palco para a saideira A idade do céu, e foi exatamente nesta hora que eu desejei que nem o céu nem ninguém tivesse mais idade e que o tempo fosse terminantemente extinto. Fez-se um absurdo silêncio durante a apresentação desta última música, acredito que para levá-la inteirinha conosco. E foi assim que encerrou-se aqui em POA mais um circuíto do mais puro bom gosto.
Obrigada Paulinho e Kevin. Vocês são os melhores DIAMANTES!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

aS FALTAS DO MUNDO

Será que as pessoas estão condenadas a não terem nem ao menos diversão? É preciso tanta violência, tanta estupidez? Está tudo errado, será que ninguém percebe? Que importa de quem foi a culpa, quando as vítimas são sempre os inocentes que sofrem as consequências destes montros que só e apenas sabem fazer o mal? Eu não assisto TV. E cada vez que me arrisco a espiar o que está acontecendo no “meu/nosso” mundo, é isso. VIOLÊNCIA. Em tudo, em todos...Juro, optei por ser uma pessoa alienada. É uma fase, eu sei. Nela, fico dentro de mim, tentando descobrir os “porquês”. Tentando achar um meio, uma solução. Mas quem sou eu? Nada. Sou apenas uma pessoa que sofre com esta violência que se faz presente em nossas vidas. Fico desinformada, então. Desligo tudo que me faça mal. Me desconecto do mundo. Fujo. Covarde? Sou! Mas minhas propostas para mudanças são feitas de mim para mim, pois de mim eu entendo, do resto não. Tento entender. Até me esforço, mas não consigo. Sei que a disparidade é imensa em nosso meio e não acho que nada em nenhum lugar, tenha resultado positivo se existe aí a presença da violência, da agressão. Talvez o erro seja meu. Talvez, no meu tempo, as pessoas tivessem tempo para amar. Talvez eu tenha sido criada com excesso de carinho e atenção, rodeada de familiares e amigos que deixaram em mim, um pedacinho bom de cada um deles. Criei meu mundo. Um mundo perfeito. Um mundo sem violência. Um mundo inteiramente puro e bom, mas aberto a qualquer um que queira habitá-lo. Mas, ninguém quer. Então encontro-me só e nele me ponho a pensar, a pensar, pensar..Penso por que este meu mundo perfeito não pode servir de exemplo para o mundo de hoje. E pergunto-me por que não conseguimos tranformar coisas ruins com sorrisos e palavras? Sei que até se consegue. Mas de forma ínfimamente pequena. Quase insignificante se comparada com as maldades que prevalecem em nosso mundo. Como ampliarmos estas formas então? Acredito nesta possibilidade. Aliás, acho que ela é verdadeiramente nossa única saída. Sei que é possível, mas volto a pensar, no que me difere dos meus irmãos (não me refiro aos que nunca tiveram nada, nem a mínima esperança para sobreviver), refiro-me aos que tiveram oportunidades de estudar e trabalhar, e que por possuírem algum tipo de poder, agem como animais. Acredite, eu não posso ver. Passo mal. Me revolto. Isto mexe com meu metabolismo. Me modifica. Crio bloqueios. Páro de pensar. E choro. Choro até pelos que nunca vi, nem nunca verei. Pelos que conheço e pelos que jamais conhecerei. E choro um pouco mais por saber, convictamente o quanto é difícil estas situações mudar. É difícil porque as pessoas não cedem. Acham que sendo violentas estão imunes a qualquer tipo de perigo. E a violência passeia conosco diariamente. Vai conosco pra onde quer que a gente vá. Ela é maior de idade e livre. Anda com autoridade por entre nós. E faz-se presente em todo lugar. Então volto a pensar: Porquê?Talvez seja culpa de nós mesmos...se no mundo tudo deve basear-se em respeito, e o mundo está do jeito que está, é óbvio que uma das faltas do mundo é o RESPEITO. Deveria então, ser matéria de escola já que muitos nunca viram isto em seus lares. Deveria existir um medidor de crescimento pessoal que acompanhasse o estudante durante o ano, ensinando-o e incentivando-o a crescer, aperfeiçoar-se, e a produzir ajudando os colegas. No final de cada ano se premiariam os melhores. Desta forma seriam criadas mais oportunidades para nos aprimorarmos. Para sermos felizes. Talvez fosse por aí. Talvez se tornasse hábito. Passaria a ser “normal”. Respeitar os limites. Respeitar os irmãos. O processo é simples. Milenarmente sabemos que recebemos o que damos. Se fôssemos continuamente orientados e ensinados para darmos o melhor de nós mesmos em qualquer e toda situação, talvez nos acostumássemos a fazermos somente o bem. Será que ninguém percebe? Está tudo errado! Temos que apagar tudo e recomeçar...como se fôssemos crianças, puras e ingênuas que absorvem tudo a sua volta. Talvez...não sei...Estes dias ouvi a conversa entre dois colegas de profissão, onde um contava em detalhes ao outro, como terminaria com a vida de alguém. Assim, orgulhoso de haver encontrado uma solução. Tudo muito prático. Muito natural. Achei até que fosse brincadeira, mas não. Algumas pessoas acham que tirar vidas é alguma solução. Desconhecem outros meios de resolver seus problemas. Optam pela violência. Onde foi ou quando foi que estas pessoas perderam a emoção? No diálogo que ouvi, não havia sentimento nenhum. Somente razão. E o que é pior, sem razão. Ponho-me a pensar novamente: O que faz as pessoas perderem seus sentimentos? Se não se respeitam, jamais serão respeitados. E se não sentem nada então, está tudo acabado. Pronto. É o fim. Não resta mais nada. Não sentem, então, não sentindo nada, ferem para não serem mais feridos. São machucados e machucam e continuam sem sentir nada. Seria isto? Ou enlouqueci? Me diz quem das suas relações é “normal”? Indignada, recolho-me em mim mesma, pensando. Que me importa o que possam achar? Não firo ninguém. Apenas penso...que estas pessoas que nada recebem, nada dão. Não amados, não amam...agredidos, agridem...,sem culpas, sem frustrações. Será então que estas pessoas pensam? Acho que não. Pelo menos tudo me leva a crer que não. E volto a pensar:...A meu ver, o que mais falta em nosso mundo é AMOR. Se sobra raiva, ódio e violência, é porque com certeza, aí deve faltar cuidado, atenção e amor. AMOR. É do que o mundo precisa. Precisa de amor para se curar, porque não sou perita nem profissional da área para constatar que falta muito amor. Ficaria imensamente feliz se descobrissem algum remédio para acabar com a violência . Qualquer comprimidinho, que fosse distribuído como “camisinhas” à população. Deveriam buscar fórmulas de extinguir o ódio, este mal, pois se a violência é um desvio nos padrões de comportamento, é portanto doença. Será que nenhum profissional no mundo vai descobrir um “remedinho que coloque a violência para dormir”???? E os “poderosos”? Quando vão estudar a possibilidade de “distribuirem” oportunidades, respeito e esperança aos nossos irmãos? Talvez assim algum dia eu possa chamar meus semelhantes, de seres humanos!
Em: 03.10.2005
Maira Knop
Publicado no Recanto das Letras em 21/05/2006

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sobre Tetê Espíndola & Carlos Navas - Verão Santander Cultural - 09.01.2008
Visitantes alados

Uma noite quente. Uma quarta-feira de infinito alcance. Sete e quinze chegam e já tomam o palco sorrindo. Expressivos, carismáticos vão logo batizando o espaço. Tetê Espíndola e Carlos Navas com meiguice e dengos mostram para que vieram. Entre um gole d'água e outro, acompanhados pelo violão de Ronaldo e percurssão de Leandro vão intercalando graça e talento. Tetê não deixa por menos, descontraída e muitos à vontade, cada vez que desloca-se no palco agita o vestido, fixando-o entre as pernas ao sentar-se para tocar sua craviola. Num dos goles aproveitou-se do excesso d'água e distribui sorrisos pra todos os santos. Um grande momento onde a sonoridade vogal da dupla torna-se inenarrável. Além dos santos e aves presentes reverenciam Vinícius, Vitor Ramil e Itamar Assumpção interagindo constantemente com o grande público. Falam de seus trabalhos, seus CDs, suas experiências. Interpretam Amor de Graça, Índia, Na Arca de Noé, fazem algumas releituras e o show atinge seu ápice quando chamam ao palco a cantora gaúcha Lúcia Helena que na companhia de ambos interpreta divinamente Quando o samba acabou gravado por Mário Reis. Ao longo do espetáculo, Tetê convida o público a cantar imitando o som de aves transformando o show em uma expressiva selva sonoros saudando todos os pássaros. No bis, ninguém menos que Escrito nas Estrelas. A apresentação teve seu fecho com a platéia em pé aplaudindo incessantemente o brilho vocal da noite.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Luiz Damasceno: Gerald Thomas + vanguarda + mundo
afonsojunior · Porto Alegre (RS) · 26/8/2007 09:11 · 136 votos · 3 ·
...Sabemos que um dos principais problemas, atualmente, ao se trabalhar com atores é justamente readquirir a capacidade de errar (em um mundo do produtivismo e da vigilância), olhar nos olhos uns dos outros e interagir de forma cooperativa e espontânea. A premissa do ator é: todos são iguais, o público e os colegas. De certa forma a concentração de poder no mundo de hoje e a violência que disso resulta (a empresa absolutista, a publicidade criando padrões globais, as relações de micro-poder contaminadas por essa desigualdade que descambam para a “exclusão” contínua, etc.) geram esse medo e essa frieza. (LUIZ DAMASCENO)
...Leia + em: OVERMUNDO
- Escrevendo à mão,
as palavras têm mais vida.
Patrícia Bins, escritora, artista plástica, poeta. (1928 - 2008)

Em 1998, Patrícia Bins foi a terceira mulher a ocupar o patronato da Feira do Livro de Porto Alegre.

Romances mais conhecidos:

  • Pele Nua do Espelho
  • Jogo de Fiar
  • Antes que o Amor Acabe

Infantis:

  • Diário da Árvore
  • Pedro e Pietrina

A escritora iniciou sua vida literária escrevendo "cronicontos". Também trabalhou no jornal Correio do Povo por quase duas décadas, onde foi responsável pela edição do suplemento cultural.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

SUL

1º Lugar – Troféu Aldeia dos Anjos
Melhor Melodia
Letra e música: Roberto Borges
Ritmo: Milonga
Intérprete: Luiz Marenco
Cidade: Santa Vitória do Palmar/RS


Tenho um sul...
Que vem sempre de encontro
Aos meus recuerdos
Feito um rio
Me leva junto
Conta seus segredos
Vejo um sul...
De olhos marejados
E saudades...
Um tempo, um sul...
Estrada larga
Sóis que pintam tardes.
Um sul que não desperta os meus sonhos
E acorda em meus silêncios
Põe estrelas numa noite sem luar.
Madruga acordes na guitarra
E amanhece a luz da minha alma
Claridade – insiste o tempo em ofuscar.
Chego ao sul
Não estou mais aqui
É quase
Tarde demais...
Vim ao sul...
Preciso rever
Tudo o que posso.
Claro sul...
Imagem limpa
Quero tocá-lo.
O sul é mais em mim
Não quero ver o fim
Quero ficar em seus laços.
Viver adormecido
De longe enxergo o sorriso
Que encontrei nesse abraço


Aluísio Rockembach- acordeon
Cristian Camargo- guitarrón
Guilherme Ceron- violoncelo
Fernado Letske- piano
Felipe Alvarez- contrabaixo


Vencedores do Prêmio 4º Aldeia da Música do Mercosul - Gravataí/RS

Linda, linda. Parabéns ao pessoal!

confira outros concorrentes e também talentosos premiados:
http://www.gravatai.rs.gov.br/poemas-no-onibus/
o escritor que tenha esse poder quase mágico de pegar o leitor pela mão e levá-lo a conhecer a realidade por um ângulo ainda inédito, fazendo com que ele se surpreenda e se emocione ao redescobrir o que sempre esteve plantado à sua frente é o artífice de uma outra realidade, que não se opõe nem se sobrepõe à original, mas a enriquece com novas cores e significados.
Os nós da vida - Análise do livro do Dr. Drauzio Varella - POR UM FIO
Luiz Paulo Faccioli Publicado em Rascunho, edição de setembro/2004
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