sábado, 30 de outubro de 2010

Eu adoro ler. Também gosto de novidades e de aprender. A gente nasce para aprender. E erra, erra e erra, mas depois aprende a caminhar. O pior não são os tombos que a vida nos dá. Pior é ter que engolir os que estão a nos enganar. Mas não é este o assunto que me trás até aqui. Eu leio de tudo um pouco e ADORO ler poesias. Eu disse POESIAS. Sim, versos bons, bem escritos. Versos que nos fazem mais leves e nos ensinam a olhar o mundo pelos cantos. Porque de tristeza já chega o que vêmos diariamente. E não é preciso estar no meio da vila ou na favela para saber como se vive naquele lugar. É preciso GOSTAR de ajudar, mesmo que com um simples sorriso. Às vezes eu me tiro da tomada e me atraco em algum escrito e não o largo enquanto não acabar. Ah, e como é bom estar na arte plugada. A gente percebe o quanto tanta gente tem pra dar. Quando escrevo meus versos, procuro através do que sou, contagiar. Sou igual a todos os meus irmãos, mas acho que precisamos de mais fé e alegria, por isso, quando estou triste, não gosto de escrever. Porque sei que não farei bem à ninguém. O que gosto é de ver gente sorrindo, mesmo que em suas bocas não exista nem um dente. É isso que me faz FELIZ. Quando escrevemos sobre AMOR, não é que estejamos carentes, é que passamos aos outros o que a gente sente. E é tão bom quando gostam do que escrevemos, não é? Então ao terminar de ler a Antologia Poética de J. G. de Araújo Jorge, deixo aqui um poema que parece ter sido escrito por mim, só que eu não publiquei, porque é como já disse aí em cima, a gente lê para aprender e os poemas tristes, depois de lidos, a gente esquece. O que não se pode esquecer, é de fazer nosso irmão FELIZ, mesmo que seja através da prece.
Segue então o poema:
VERGONHA
J.G. de Araújo Jorge
Num mundo em que há migalhas e esperdícios
pratos cheios de restos enfastiados
e bocas que salivam sem ter pão
e em que há crianças tristes, maltrapilhas
que não terão nem livros nem recreios
nem mesmo infância no seu coração
num mundo onde os enfermos são tratados
com a caridade irônica dos homens
que são donos dos próprios hospitais
onde alguns já nasceram infelizes
e hão de viver sem segurança e paz
sem meios de lutar, abandonados
e outros trazem do berço as regalias
que hão de inutilizar, despreocupados
num mundo onde há mãos cheias, transbordantes
e há mendigando pobres mãos vazias
onde há mãos duras, ásperas, cansadas
e suaves mãos inúteis e macias
onde uns têm casas grandes com jardins
e outros, quartos estreitos sem paisagem
num mundo onde os artistas, prisioneiros
fazem "roda"nos mesmos quarteirões
sonhando sempre uma impossível viagem
e há homens displicentes nos navios
carregando "kodaks"distraídas
que tem mais alma que seus olhos frios
num mundo os que podem não tem filhos
e os que têm filhos quase sempre lutam
porque não podem constituir um lar
num mundo onde ao mais leve olhar humano
vê-se que não há nada em seu lugar
e onde no entanto fala-se em Direito
em Justiça, em Razão, em Liberdade
num mundo onde os que plantam pouco colhem
e os que colhem não sabem na verdade
de onde vêm as colheitas que consomem
num mundo onde uns jejuam muitos dias
e outros, por vício muitas vezes comem:
sinto a angústia fatal de ter nascido
e a suprema vergonha de ser homem!

domingo, 24 de outubro de 2010

No teu harém
falta quem?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

"Os orgulhosos, ciumentos e invejosos
tem a religião nos lábios
mas não no coração"