segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Sobre Música:

Show do Paulinho Moska e Kevin Johansen
SANTANDER CULTURAL - Dia 16 de janeiro

O Paulinho chama o Santander de "Lugar de Misturas". Elogia o lindo lugar e agradece a presença de todos. É tão simples e carismática sua postura em palco que além de nos deixar atônitos nós é que ficamos agradecendo. Digo então com a mais pura convicção: Ouvir o Moska é zunir o momento. O show inicia com a canção Tudo Novo de Novo onde mescla o violão ao eletrônico e sua voz ao bom gosto, paixão e talento. Há uma sonoridade incrivelmente afinada em sua interpretação e mesmo com seu tímido jeito não precisa do apoio da platéia em nehum momento. Paulinho conta um pouco de como é ser contratado por uma multinacional há 13 anos. Diz que o trabalho possui um super ritmo onde há prazo para compor, gravar e inclusive fazer sucesso. O trabalho é duro mas imensamente compensador afirma, e ainda ganha-se um bom dinheiro. Fala da emoção de estar aqui em Porto Alegre e diz que a apresentação faz parte de uma grande cumplicidade. Refere-se a amizade e carinho que tem por todos. Canta então Encontros e Desencontros amarrando a platéia ao seu límpido som. O Moska dedica-se à carreira solo desde 92 e ao longo deste tempo tem feito muitos experimentos nas mais variadas formas musicais. Contou de um grande projeto de samba no Rio de Janeiro - Projeto Pixinguinha - em que fez parte e já sai arrasando tocando toda aquela miscigenação. É muito bom ouví-lo contando sua trajetória musical, suas influências e amizades. Por ser muito amigo de Jorge Drexler relata uma das vezes em que estavam na Argentina e o Jorge o apresentou a Kevin, outro excelente misturador de ritmos, que o surpreendeu com sua voz abençoada. Convida então o amigo a fazer parte do show e a partir daí, não há mais pés, ombros ou corações que fiquem parados. Eles brincam e desafiam os sons batucando, assoviando, mixando alegria, inglês, espanhol e muito talento. Paulinho deixa Kevin sozinho no palco interpretando Anoche soñé contigo, uma linda canção que nos convida a partilharmos do sonho com ele. As músicas, todas elas, sem exceção, invadem o peito da gente de forma tão querida que temos a impressão que tornar-se-ão nossas eternas inquilinas. Depois vieram Cheio de Vazio, e assistimos a um Kevin sensível e lúdico interpretando La Hamaca, No voy a ser yo e Ni idéa, sendo esta última composta em NY em uma manhã "rosa" como afirma-nos ele. E seguem brincando a salutar alegria de fazer boa música. Claro que não poderia faltar uma homenagem a cidade durante a apresentação, ambos interpretam maravilhosamente Luna sobre Porto Alegre seguida de Desde que te perdi, outra pérola. Teve também Pensando em você, canção que fez e ainda é imenso sucesso. Difícil é saber se alguma não fez. A qualidade das letras e a mistura sonora revelam o que já sabemos. Os caras são bons. E olha que não sou nenhuma crítica musical. Sou apenas uma simples apaixonada por "bons sons"e nisso os "guris" são mestres. Lá pelas tantas, enebriados que já estávamos com tanta música legal, eles matam a pau apresentando Trilhos Urbanos. Bom, aí já tinha cupidos saido pelo ladrão e dava até para ouvir o barulhinho das árvores dançando na praça da Alfândega. Eu ainda me atreveria a ficar pedindo toca Blanco y Negro, a Rosa, a Seta e o Alvo, e uma porção de outras músicas que me marcaram profundamente, mas sosseguei quando o Paulinho começou a cantar Lágrimas de Diamante, que é uma das minhas favoritas. Bem, eu não vim aqui para ficar revelando o que gosto e sim para contar a vocês um pouco do que foi a noite. O pessoal aplaudia tanto que era muito lindo de ouvir. É energéticamente contagiante. Talvez tenha esquecido de citar alguns sucessos que também passaram por ali, mas o fato é que ficaria ouvindo-os a noite inteira e o show já estava se encerrando. Eles agradeceram novamente e o público de pé começou a cantar e aplaudir incessantemente: Parou porquê, por que parou! Em meio ao chamado retorna a dupla ao palco para a saideira A idade do céu, e foi exatamente nesta hora que eu desejei que nem o céu nem ninguém tivesse mais idade e que o tempo fosse terminantemente extinto. Fez-se um absurdo silêncio durante a apresentação desta última música, acredito que para levá-la inteirinha conosco. E foi assim que encerrou-se aqui em POA mais um circuíto do mais puro bom gosto.
Obrigada Paulinho e Kevin. Vocês são os melhores DIAMANTES!

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