quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Aos que me odeiam:
Fiquem tranquilos,
cresci muito através de vocês
e por vocês,
sempre rezo
Aos que me invejam:
Não desistam
continuem tentando
...um dia serão como eu

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

SUERTE

A cada tiempo trocaba
de una luna a otra,
su imaginación solamente
quería nuevos dioses
para castiagarlos

Você viu o lirísmo por aí?
Pergunto porque o que aqui mora
ausentou-se
saiu a passear
por infinitas horas

ao voltar,
apresento-se com outro nome
pus a mesa
e novamente fingi
ser ele meu parente

domingo, 24 de fevereiro de 2008

"a cegueira gradual é como
um lento entardecer de verão"

Jorge
Luis
Borges

sábado, 23 de fevereiro de 2008

sempre
que venta
em teus
cabelos
imagino
o
gosto
de
t
i
Quarta Geração

Por que vens falar comigo em segredo?
Temes que eu mesmo assim me ajuste?
deixa-me sossegar pensamento
vá parasitar outro ID
que meu EGO
foi ao SUPER
fazer compras
Se a ALMA é quem pensa
e o pensamento
quem transporta a ALMA

questiono então meu pensamento:
O que é que andas fazendo
que não cumpres tua parte?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

/antes de descobrirem o brasil/
/os salmos evangélicos/
/os sentimentos inquietos//
/antes do brasil ser descoberto/
/antes/
/muito antes//
/da refração da luz/
/dos prazeres mundanos/
/dos gritos de revolta/
/destes letais insanos//
/antes do surgir das vertentes/
/dos fósseis/
/dos astros/
/do fogo/
/das gentes//
/já previam-se mãos frias/
/pés ensanguentados/
/corações ocos/
/peitos abandonados/
/antes/ muito antes//
Sabia que EM ALGUM lugar estaria:
Temos entre 50 e 60 mil pensamentos dispersivos por dia!

domingo, 10 de fevereiro de 2008

"Da literatura piegas nos livre Deus,
sobre todas as coisas."
Almeida Garrett

sábado, 9 de fevereiro de 2008

O indivíduo precisaria apenas de R$ 2.715 reais para deliciar-se com os 181 espetáculos que giram pela cidade. Isto se for disciplinado e comprar seu ingresso antecipado. 181 shows para assistir antes de morrer, porque lá de cima, tudo é grátis!
Aproveita bem tua passagem por aqui...
Vá ao TEATRO!

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Ao artista, músico, escritor, poeta e amigo
Alexandre Brito:

Dei título ao teu poema que transcrevo a seguir:

S A C A D A D ' A L M A

por que um museu?
perguntou a musa ao dicionário
porque é necessário respondeu

tem que ter
um lugar um lugar um lugar
onde ver cabe dentro do olhar

que mancha vira rinoceronte
janela porta pra outro horizonte
hoje nunca esquece de ontem
e mármore flutua mais leve que o ar

um lugar sem pressa
que os azulejos contam uma história
e as escadas, encantadas
levam ao mundo dos contos de fada

onde a emoção exata de um tigre
salte da xícara para o pires
e uma idéia, na sua forma alada mais rara
surpreenda o visitante e encontre um coração

um lugar...
que quando todos vão embora
e tudo fica completamente a sós
o vento que vem de lugar nenhum
sopra pelos corredores

as esculturas ganham vida
os personagens descem dos quadros
seguem todos para o grande salão
e lá reunidos, se divertem, dançam
fazem piada sobre nós

Poesia de ALEXANDRE BRITO
ilustrada por EDUARDO VIEIRA DA CUNHA
Revista do MARGS - Dezembro 2007
Sempre que escrevo tenho dúvidas de pontuação em meus textos e poesias, até porque já ouvi algumas críticas a respeito. Tudo bem. Sigo. Acredito que a pontuação seja a maquiagem do texto. É quem lhe dá expressão. Então, às vezes, durante a leitura, perco-me nas delícias da pontuação. Mas as obras não compõem-se tão somente de sinais, não é por isso que as leio, mas alguns desses sinais, anoto. Há também algumas passagens que me dizem mais que as letras que absorvo. Vão além da simples leitura. Aí, me pergunto por que as anoto? Tudo bem, nem sempre respondo a meus questionamentos. As referências são como ingredientes para a consecução da boa receita. E como cozinhar não é meu forte, sigo mais os passos do meu coração. Deste modo, partilho com vocês um pouco do que mais gosto de fazer: Ler e escrever. É claro que não terá para vocês a mínima importância do que tenho lido ou deixado de ler. Nossa, preciso desligar esta maldita TV. Como alguém consegue viver com esta máquina de porcarias nos acompanhando? Há raras coisas boas e instrutivas para se ver, mas isso é matéria para outro post. O que tentava dizer a vocês é que todos deveriam ler o Altair. O conheci em 99, isto é, estive no lançamento de seu livro "Como se moesse Ferro" e o li assim que cheguei em casa. Hoje senti vontade de revisitá-lo. Voltar aos antigos livros me dá imenso prazer e os textos do Altair são construídos a partir de disfemismos. É impressionante. Ler o Altair é emputecer com a vida. Sua forma literária chama a atenção. É leitura de prender a respiração. Quando ele lançou seu livro, estava com 23 anos. Imagine, 23 anos e já escrevendo desse jeito. Muitos teriam que vir inúmeras vezes para fazer com o texto o que ele têm feito. Eu inclusive.
Tenho um misterioso fascínio por livros. Namoro com eles. Mordo suas orelhas. Os cheiro. Analiso cada pedacinho seu. Seu cheiro. Perfume de informação. De aprendizado. Gosto da criatividade das capas e pelas letras faço meu passeio. Aprecio as inovações. Há no livro do Altair à página 34 uma passagem expressa assim: Lombas, agora, são descidas. E. João. Abelardo. Desce. Com. Dificuldade. É GENIAL! É pura ousadia. Coisa de estudioso. Professor de Literatura em cursinho. O Altair é fera, sabes porquê? Ele escreve com convicção e audácia.

Uma passagem para se anotar:
É o saber que faz sofrer. Sofro ao ouvir, porque o ouvir desmorona o pensar que escancara o sofrer. Não existe "sofrer pouco", porque sofrer pouco só há para quem é feliz e este nem lembra o que é sofrer. E conclui: Pensar não é doença, é síndrome. Pensar é dor. Se nada sei, não sofro.

Há muita poesia entranhada na filosofia expressa no livro do Altair Martins.

Uma que achei interessante pela sua verossidade:

Fumar deixa a gente feliz porque evita o pensar. Talvez porque a fumaça sufoca o cérebro que abafado, cala. (deve ser por isso que há tantos fumantes por aí)

De sua obra apreciei demais: El espectro del sex-appeal e o premiado Humano mas o livro todo é fantástico e eu recomendo.