sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Ao artista, músico, escritor, poeta e amigo
Alexandre Brito:

Dei título ao teu poema que transcrevo a seguir:

S A C A D A D ' A L M A

por que um museu?
perguntou a musa ao dicionário
porque é necessário respondeu

tem que ter
um lugar um lugar um lugar
onde ver cabe dentro do olhar

que mancha vira rinoceronte
janela porta pra outro horizonte
hoje nunca esquece de ontem
e mármore flutua mais leve que o ar

um lugar sem pressa
que os azulejos contam uma história
e as escadas, encantadas
levam ao mundo dos contos de fada

onde a emoção exata de um tigre
salte da xícara para o pires
e uma idéia, na sua forma alada mais rara
surpreenda o visitante e encontre um coração

um lugar...
que quando todos vão embora
e tudo fica completamente a sós
o vento que vem de lugar nenhum
sopra pelos corredores

as esculturas ganham vida
os personagens descem dos quadros
seguem todos para o grande salão
e lá reunidos, se divertem, dançam
fazem piada sobre nós

Poesia de ALEXANDRE BRITO
ilustrada por EDUARDO VIEIRA DA CUNHA
Revista do MARGS - Dezembro 2007

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