sexta-feira, 13 de julho de 2007

EXTRAORDINÁRIOS AMIGOS

Estava uma noite linda. Estrelada. A lua espiava branquinha, branquinha, parecia ter sido lavada. Era setembro. Início de primavera. Nessas noites não havia quem ficasse em casa. Já passavam das dez quando resolvi sair. Queria algo bom pro coração. Mesmo cansada, mesmo morrendo, jamais deixaria de prestigiar meus amigos que estariam se apresentando logo mais em um Pub pertinho de casa. Vê-los sempre valia a pena. Ao chegar ao local estranhei o fato de não haver ninguém. Pensei ter trocado a data, confundido o dia, sei lá, mas a verdade é que só estavam presentes os funcionários do Pub. Nem um de meus amigos estava por lá. De qualquer forma minha alegria e expectativas eram sempre grandes por tratar-se deles, sempre deles. De minha querida banda. Pensei, o pessoal se quiser que vá chegando, nem tô, não eram eles que me importavam. Escolhi a mesa mais próxima do palco pois o que me fazia imensamente feliz era neles ficar colada. Fiquei dando uma espiada no cardápio, curtindo um sonzinho ambiental. Pedi uma coca e fiquei ali sentada. Aos poucos as mesas foram sendo ocupadas. Um casalzinho aqui, um grupo de amigos ali, e a noite prometia pensei empolgada. Já passavam das dez e meia quando meus amigos chegaram. Sempre gentis e atenciosos dirigiram-se a mim com um super sorriso estampado. Eu, tentava registrar tudo, fotografava(sem recursos, diga-se de passagem), guardava falas, atitudes, momentos para depois narrar em minhas histórias. Gravava sempre as apresentações, como se precisasse...o que ouço fica a me dizer pra sempre...Foi neste processo que passei a me sentir uma deles. Pensávamos igualmente. Eram minha outra família. Eu os vi crescer, melhorarem a cada dia. Interagia com eles. Dava dicas e sugestões e sempre tive meus pareceres muito considerados. Certa vez, acredito que deva ter sido em uma apresentação no mês de julho, a sonzeira rolava legal quando de repente em plena apresentação um dos cabos de som começou a soltar faíscas deixando o pessoal no maior pânico. Tudo, por ele, foi prontamente controlado. O forte cheiro de queimado espalhado no bar ficou um bom tempo impregnado. É claro que com toda a classe e imenso domínio da situação, ele, transformou o incidente em piada. Disse tratar-se de "excesso de energia". Foi um susto mas são fogos passados. o show seguiu em seu melhor estilo com aquele carisma carregado de simplicidade comovente e era justamente esta performance que os fazia grandes. Grandiosamente diferentes. Aos meus olhos, sempre. Não havia ali esnobismos, estrelismos, nem a menor intenção de exibimentos, mas sim, alegria de corações. A mesma cinergia que pulsava com o meu. Quando tratamos de coisas do coração, os fatos ficam inevitavelmente marcantes. Tornam-se acontecimentos e eles por muito tempo foram e sempre serão maravilhosos acontecimentos em mim. Sempre foram bons. Pode me contrariar se quiser, dizer que é exagero...que é apego, não importa, o fato é que eles conseguiam magnificamente transformar o comum no extraordinário, difícil descrever, coisas de coração. Equilíbrio de interpretações, cuidado em atitudes, seriedade nas apresentações. Tô conseguindo passar isso a vocês? Hum, inda bem. O que quero dizer ainda nesses finalmentes é que tenho uma doença bem grave: Sou viciada em coisa boa e nisso meus amigos são inigualáveis.

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